Escrita por Walcyr Carrasco, com direção de núcleo de Roberto Talma e direção geral de Mauro Mendonça Filho, a mininovela tem previsão de estréia para dia 19 de junho.
Vanessa Giácomo |
"Gabriela" se passa nos anos 20, mais conhecido como os “anos loucos”. Na moda, especificamente, tudo podia, era o começo da liberação feminina. Os espartilhos foram abolidos. A cintura caiu. Isso vale, claro, para quem seguia a moda da época, e Malvina (Vanessa Giácomo), uma menina antenada, mesmo em Ilhéus, conseguia estar a par de tudo que era lançado pelo mundo afora: "Ela é moderna. Representa o art-decó em suas formas retas e geométricas. As cores são contrastantes. Muito preto com amarelo, azulão e vermelho. Ela usa cintinhos e sapatos boneca, mas sempre com um viés exclusivo", ilustra Labibe Simão, figurinista de "Gabriela".
Para compor Malvina, Juliana Mendonça, supervisora de caracterização, usou como referência Louise Brooks, a atriz do cinema mudo que viveu a frente do seu tempo e imortalizou o corte de cabelo a "la garçonne": "Ela é colegial, vai ter o rosto rosado, saudável. Batom claro e nem esmalte usa. Mas ela não é igual às outras, quer outro caminho, seguir estudando, quiçá trabalhar. É feminista. E por isso escolhemos esse corte bem curto, estilo "Louise Brooks".
Já Gabriela (Juliana Paes) é atemporal, não se enquadra em época. "Os cortes dos vestidinhos são simples, assim como os tecidos, quase sempre em algodão, com estampas feitas para ela. Sempre com uma sensualidade casual. Deixando cair uma alça, uma renda aparecendo, um botão aberto", conta Labibe. A caracterização segue a mesma linha: "Ela é linda, é da terra, é moleca, mas é um mulherão", define Juliana Mendonça. "Gabriela é muito natural, não usa batom, sombra nem rímel e os cachos nos cabelos longos não seguem a moda. A sobrancelha é mais grossa e a pele curtida de sol".
Juliana Paes |
Chapéus
São um show à parte. Todas as mulheres, com exceção de Gabriela (Juliana Paes), usam chapéus. O acessório, na década de 20, começou a ser usado somente pela manhã. E o tipo mais cobiçado era o cloche, enterrado até os olhos. E são eles que estão nas cabeças das moças modernas e até das sinhazinhas mais conservadoras de Ilhéus. Todas se enfeitam com um chapéu. E os homens não ficam de fora. A maioria usa o panamá. Berto (Rodrigo Andrade) usa um chapéu negro, que faz referência aos mafiosos. E Tonico Bastos (Marcelo Serrado) usa um chapéu palheta, muito usado por homens galanteadores, com uma fita na base para decorar o acessório.
Rodrigo Andrade |
Marcelo Serrado |
Bigodes
Os homens, em sua grande maioria, têm bigode, salvo Mundinho Falcão (Mateus Solano), que vem de fora, representa o progresso e por isso tem "cara limpa". Tonico Bastos (Marcelo Serrado) usa um bigode bem fininho bem característico da época e, que também dá o tom do conquistador que é. "Um homem que se importa com aparência, então, usa um pouco de gel nos cabelos para ficar ainda mais galante", exemplifica Juliana Mendonça.
Bataclã
É a festa dos anos 20. Lá é a porta por onde a moda chega a Ilhéus. Muitos estrangeiros e coronéis abastados levam presentes para as meninas que trabalham por lá. Elas sempre estão na moda e investem na beleza. No local há uma explosão de cores e sofisticação, típicos da época. "Há muita transparência, sensualidade e quebra dos padrões. Lá é onde os anos loucos estão mais vivos que nunca", comenta Labibe.
Nathalia Rodrigues |
A vida é noturna e portanto, a maquiagem é forte no cabaré. Esmaltes e batons em tons vermelhos, olhos esfumados, os beauty spots (pintinhas desenhadas com lápis), cílios postiços, unhas postiças, perucas, apliques e cabelos com ondas armadas típicas dos anos 20.
Maria Machadão (Ivete Sangalo) é exigente. Quer ver suas meninas sempre bem vestidas e arrumadas. Assim sendo, cada uma das mulheres-damas demora em torno de uma hora e meia para se caracterizar e ficar do gosto de Machadão. O figurino é bem específico e acompanha a personalidade de cada menina do Bataclã.
Ivete Sangalo |
Maria Machadão (Ivete Sangalo) é a rainha do lugar. A soberania está não só na postura de Machadão como nas vestimentas: "Nos inspiramos no japonismo com suas mangas largas e grandes, que remetem ao poder. Até em seus roupões – quando "está à vontade" entre as meninas – o japonismo está presente. Ela também tem um pouco de Coco Chanel em todos os momentos. Os brincos e colares são grandes e com peso. O que temos em mente é que Maria Machadão é uma pessoa que está sempre pronta, a qualquer hora", conta Labibe. Para os cabelos, a inspiração também foi o Chanel, curto e um pouco armado.
Ivete Sangalo |
Fotos: Divulgação Rede Globo
0 comentários:
Postar um comentário